Todo esse fenômeno será sob influência do fenômeno climático La Niña
O inverno começa às 17h51 desta quinta-feira – 20 de junho – e termina em 22 de setembro às 09h44. Segundo a previsão do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), no primeiro dia da estação o tempo deve variar conforme a região do Estado. No norte, tende a ficar quente, seco e ensolarado. Eventos pontuais de chuvas com maior variação da nebulosidade ocorrem entre os setores oeste, sudoeste e centro sul. Nas demais regiões, o tempo fica estável com temperaturas agradáveis à tarde.
O sol predomina em Paranavaí, Maringá, Londrina, Apucarana, Jacarezinho, Jaguariaíva e Paranaguá. O tempo fica parcialmente nublado em Umuarama, Cascavel, Telêmaco Borba, Guarapuava, Guaíra, Rio Negro e na Capital. O dia deve ser nublado em Ponta Grossa e Campo Mourão. Está previsto tempo parcialmente nublado com chuva em Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Pato Branco, União da Vitória e Laranjeiras do Sul. A temperatura mínima prevista é 13 ºC em União da Vitória. A máxima deve atingir 30 ºC em Umuarama, Maringá e Paranavaí.
LA NIÑA – Neste ano, o prognóstico baseado em modelos climáticos indica a incidência do fenômeno La Niña com intensidade oscilando entre fraca e moderada, com 69% de probabilidade entre julho e setembro. Esse evento é caracterizado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico Equatorial, alterando os padrões do clima. Nesse cenário, o volume de chuva tende a ficar de dentro a abaixo da normal climatológica para a estação no leste e abaixo da média nas demais regiões do Estado. Já a temperatura média do ar deve situar-se entre dentro e acima da normalidade, como já ocorreu no outono.
É provável a ocorrência de massas de ar frio rápidas tardias no final do inverno e durante a primavera, causando declínio acentuado da temperatura. “Considerando as informações disponíveis até o momento, a previsão climática indica que teremos ondas de ar frio mais frequentes do que no inverno de 2023, mas esses sistemas meteorológicos terão curta duração”, afirma o meteorologista do Simepar, Reinaldo Kneib.
Climatologia da Estação – O inverno paranaense caracteriza-se pelos menores valores de chuvas na maior parte do Estado, seguindo as condições típicas da passagem de sistemas frontais – em sua maioria frentes frias. Estas favorecem o ingresso de massas de ar frio e seco de origem polar, causando queda acentuada das temperaturas em intervalos de 24 e 48 horas. O frio intenso propicia condições para a formação de geadas em grande parte do Estado, com maior probabilidade nas regiões Sul, Centro-Sul Centro, Campos Gerais e sul da Região Metropolitana de Curitiba.
Julho e agosto costumam ser os meses mais secos. As chuvas se tornam mais frequentes a partir da segunda quinzena de setembro devido ao aquecimento acentuado da atmosfera, que gera áreas de instabilidade entre o Paraguai e o Centro-Oeste brasileiro. “Outro fenômeno típico da estação é a ocorrência de nevoeiros com intensidade e duração diretamente associadas ao padrão de tempo predominante na região”, informa o meteorologista. PREVISÕES E ALERTA GEADA – Na página www.simepar.br estão disponíveis informações atualizadas sobre as condições do tempo no quadro Palavra do Meteorologista. Também pode ser consultada a previsão para até 15 dias por município, com indicadores das temperaturas do ar mínimas e máximas, probabilidade e volume de chuvas, intensidade e direção dos ventos, sensação térmica, umidade relativa, visibilidade e pressão reduzida, além dos dados sobre o nascer e o pôr do sol e da lua. A previsão do tempo diária é veiculada no podcast Simepar Informa, distribuído à imprensa, disponível no Spotify e nas redes sociais.
Até o final do inverno, o Simepar emite previsões de geadas para todas as regiões por categorias de intensidade – fraca, moderada ou forte – com antecedência de 72, 48 e 24 horas. Avisos são lançados no serviço Alerta Geada, mantido em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Rural – IDR Paraná e disponível nos seguintes canais: aplicativo IDR Clima (gratuito no Google Play e na App Store), www.idrparana.pr.gov.br e telefone (43) 3391-4500.
Incêndios Florestais – Devido ao clima seco no inverno, o Simepar monitora a ocorrência de incêndios florestais por meio da plataforma VFogo, que indica a direção, o sentido e a intensidade de cada evento, com precisão quanto ao momento e ao local de início, sua evolução, propagação e extinção. Os dados são captados das imagens de satélites. No Paraná, são monitorados mais de duzentos mananciais e oito linhas de transmissão de energia elétrica, bem como as Reservas Particulares de Patrimônio Natural definidas pela Secretaria do Desenvolvimento Sustentável (Sedest). As informações geradas são analisadas pelos meteorologistas, que lançam avisos e alertas operacionais enviados à Coordenadoria Estadual de Defesa Civil e ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Os gestores podem adotar medidas para controlar o fogo, evitar ou reduzir os seus efeitos.
Agrometeorologia – As agrometeorologistas do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar – Emater (IDR-Paraná), Heverly Morais e Angela Costa, orientam os produtores sobre cuidados a serem adotados nas plantações.
No prognóstico do inverno sob influência de La Niña, com alto risco de geadas, é recomendável a proteção das lavouras passíveis de cuidados preventivos no campo e nos viveiros. Os cafeeiros até dois anos devem ser protegidos com palhada ou terra. Os canteiros e estufas de hortaliças em geral necessitam de proteção com aquecimento, irrigação ou cobertura. Também devem ser protegidas as mudas recém-plantadas de frutíferas e espécies florestais tropicais. Em caso de forte resfriamento, as granjas de aves e suínos devem ser aquecidas.
O tempo seco no início da estação favorece a colheita do café. “Estima-se uma produtividade abaixo da habitual devido à elevada quantidade de grãos miúdos em decorrência das altas temperaturas e secas ocorridas no verão e outono”, afirmam as pesquisadoras. A previsão de um inverno mais seco pode reduzir o potencial produtivo das culturas dos cereais típicos da estação, como trigo, aveia e cevada, sobretudo na metade norte do Estado onde foram afetadas pela estiagem no outono nas fases de germinação das sementes e desenvolvimento das plântulas. Cerca de 66% da colheita do milho segunda safra deve ocorrer no inverno, com grande perda na produtividade devido às estiagens e ao calor intenso.
Tabela – Valores médios históricos de chuva (faixa de variação) e temperaturas mínimas e máximas do ar para cada região do Paraná nos meses de julho, agosto e setembro
Por Valéria Prochmann, Simepar
Foto de destaque: Pixabay
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