Resultados preliminares do Laboratório de Fisioterapia Cardiovascular e Respiratória (Laficar) da UFPR, ligado ao Departamento de Fisioterapia, sugerem alto grau de dependência entre usuários jovens
No Brasil a proibição sobre comercialização, importação e publicidade dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) remonta a 2009 e tem sido mantida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Porém, ainda se sabe pouco sobre o quanto esses dispositivos são habituais para adolescentes e jovens brasileiros. No resto do mundo, órgãos como o National Institute on Drug Abuse dos Estados Unidos falam em crescimento da utilização de DEFs por esse grupo social na comparação com outras drogas.
Essa tendência de uso crescente por jovens dos DEFs — grupo que inclui o cigarro eletrônico e o vape — é objeto de três projetos de pesquisa no âmbito do Laboratório de Fisioterapia Cardiovascular e Respiratória (Laficar) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), grupo de pesquisa do Departamento de Prevenção e Reabilitação em Fisioterapia (DPRF).
Resultados preliminares reunidos pelo Laficar apontam para comprometimento físico-funcional dos participantes dos estudos, que tinham de 20 a 24 anos, além de dependência importante ao uso. Parte desses dados foi apresentada na XIX Jornada Acadêmica, XI Mostra de Trabalhos Científicos e VII Ciclo de Estágios do Curso de Fisioterapia da UFPR, a JAF 2024, realizada no fim de setembro.
“Como pesquisadores, estamos apostando no tema porque terá grande impacto na saúde pública nos próximos anos”, avalia a professora Silvia Valderramas, coordenadora do Laficar UFPR e docente do DPRF e do Programa de Pós-graduação em Medicina Interna e Ciências da Saúde (PPGMI) da UFPR, no Complexo Hospital de Clínicas (CHC).
Cigarros eletrônicos aerossolizam (ou vaporizam) substâncias para inalação, o que pode ir além da nicotina e do tetra-hidrocanabinol. Componentes químicos e metais pesados elevam o risco de doenças pulmonares como DPOC e câncer de pulmão, além de cardiovasculares, entre elas infarto do miocárdio e AVC.
Como participar
O laboratório desenvolve hoje três estudos sobre o assunto, sendo um deles multicêntrico, ou seja, tocado em parceria com outras instituições. Os objetivos são avaliação da função pulmonar, da capacidade cardiorrespiratória, do nível de monóxido de carbono exalado, do nível de atividade física e do nível de dependência ao uso.
Para alcançar a amostragem estatística necessária, o Laficar UFPR continua recebendo participantes voluntários, que se submetem aos exames no DPRF, que fica no Campus Jardim Botânico da UFPR, em Curitiba.
Podem participar pessoas acima de 18 anos, de qualquer sexo, que sejam adeptas de cigarros eletrônicos por período acima de três meses.
Os participantes fazem uma série de exames — espirometria, Teste do Degrau e monoximetria — e respondem aos questionários de atividade física (Ipaq) e de Índice de Dependência de Cigarro Eletrônico Penn State. A avaliação leva cerca de 30 minutos.
Após a participação, o voluntário recebe laudo com os resultados e a interpretação das avaliações, e uma cartilha com orientações de prevenção à saúde associadas ao tema.
SERVIÇO
Chamada para participação em pesquisas do Laficar UFPR sobre cigarro eletrônico
Quem: Maiores de 18 anos com histórico de uso de cigarro eletrônico há pelo menos três meses
Onde: Departamento de Prevenção e Reabilitação em Fisioterapia (DPRF) da UFPR, no Campus Jardim Botânico (R. Coração de Maria, 92, Jardim Botânico, Curitiba/PR)
Para se candidatar, entre em contato com as pesquisadoras Gabriella Ferreira (41 9777-1470) e Gabriele Kapp (42 9805-6799)
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